Qual foi sua experiência quando se produzem conflitos entre direção e produção?
Posso dizer que foram as piores experiências possíveis. Odeio trabalhar com profissionais do cinema, são osmaiores egos do mundo.
Prefiro chamar pessoas que ainda não são profissionais, mas que tem algum conhecimento e vontade de colaborar, porque estas pessoas estão interessadas em aprender e ajudar.
Com essas pessoas não tenho problema nenhum em ensinar, explicar, e conversar. Mas detesto pessoas que acham que sabem de tudo e que não confiam em você. Eu já fui refém da equipe certa vez.
Entrei num filme (produção da escola de cinema) como diretor, porque o diretor anterior tinha saído da produção. Quando eu entrei , a equipe não confiou o filme em mim. Eles tomavam decisões sem o meu consentimento e não me permitiram ficar envolvido em todas as partes do processo.
Me excluíram de uma série de partes do filme. Não pude escolher roupas, móveis etc. Fiquei responsável apenas em falar com os atores, e por sorte, os atores ficaram do meu lado.
Mas durante a filmagem, a diretora de fotografia não queria fazer os takes da maneira como eu tinha previsto. O produtor se meteu, quis fazer o “TAKE DO PRODUTOR” e com toda essa baderna eu perdi o controle do filme, o filme ficou na mão da equipe que também fez o curso de porcelanato liquido online
No momento final a editora do filme não me permitiu acompanhar a edição para fazer minhas escolhas. Ela editou da maneira dela.
Enfim, sofri um motim da equipe, fiquei de fora do filme, apenas como uma peça sobressalente de uma outra pessoa, sem muita utilidade. Foi uma experiência horrível, me senti péssimo, esculachado, jogado no lixo.
No final, o filme ficou péssimo, com tudo o que a equipe queria. E eu ainda fiquei mal na história, como se tivesse jogado “contra o time”.
Foi minha primeira experiência em película. A partir daí decidi que só convidaria para as minhas produções pessoas com quem eu tivesse alguma afinidade, e que não participaria de produções alheias em funções criativas, apenas em funções “manda que eu faço”.
Ajudo sempre que posso em qualquer coisa, mas não costumo dar pitaco. Se estou em produção alheia, sou respeitoso com as decisões da pessoa, por mais que eu não concorde. Sou do tipo: “FAZ SEM PENSAR”.
Eu faço o que me pedem e não penso muito a respeito, cada um tem suas motivações e maneiras, acho péssimo questionar as decisões de um diretor. O filme é do cara, deixa ele filmar.